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sexta-feira, 25 de abril de 2025

Rolling Stone Japan | Como o Balming Tiger cria um som maneiro: “feitiçaria do século 21” que conecta e acalma a juventude em crise

  Esta entrevista é de propriedade de Rolling Stone Japan, feita em Março de 2025 por Jin Otabe, nós apenas traduzimos, sendo assim com todos os créditos dados aqui.

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Foto por Yukitaka Amemiya

Se autodenominando uma "banda de K-POP alternativo", o Balming Tiger é um coletivo criativo multicultural que vive buscando se expressar de forma única. Com 11 membros com habilidades que vão da produção musical à direção criativa, eles misturam a cultura e a música coreanas — suas raízes — com influências de toda a Ásia e da cultura pop ocidental, criando um som original e super ousado.

Depois de lançar a nova faixa Wash Away como tema da série da NHK “Tokyo Salad Bowl”, e de anunciarem sua segunda participação no Fuji Rock desde 2023, o grupo segue ganhando espaço não só na Europa, nos EUA e na Ásia, mas também no Japão.

Em fevereiro deste ano, eles vieram ao Japão para se apresentar no RADIO SAKAMOTO Uday - NEW CONTEXT FES × DIG SHIBUYA. Nessa entrevista, cinco integrantes — Omega Sapien, sogumm, Mudd the student, bj wnjn e Leesuho — falam sobre o processo criativo que envolve uma aura quase espiritual, como um ritual místico ou cerimônia sagrada. Eles também abordam o olhar crítico que têm sobre a sociedade atual e compartilham os bastidores sinceros por trás da criação de suas músicas.

Aqui, o Balming Tiger fala sobre o que, pra eles, é a receita pra criar um som realmente "daora": que ressoa com as pessoas, que cura, que salva.

Da esquerda para a direita: Omega Sapien, sogumm, Leesuho, Mudd the student e bj wnjn (Foto por Yukitaka Amemiya)


A performance como um “grito pra outra dimensão”

— Assisti ao show de vocês no festival tributo ao Ryuichi Sakamoto, no dia 10 de fevereiro, e fiquei impressionado. Ao mesmo tempo que foi impactante, senti algo quase sagrado ali. Me lembrou um vídeo que vi uma vez, de um ritual coreano chamado mudang, em que uma xamã incorpora divindades. Parece que vocês pegam algo meio estranho, até meio sombrio, e transformam em algo com humor e estilo. Isso faz parte da essência do Balming Tiger?

Omega Sapien: Pra mim, performance é tipo “feitiçaria do século 21”. Imagina um alien que nunca ouviu falar de música chegando na Terra e assistindo ao nosso show de ontem — ele provavelmente ia ver um monte de gente sintonizada na mesma frequência, vibrando junto. Acho que não veria muita diferença entre isso e um ritual espiritual ou mágico. No fundo, é tudo a mesma coisa. Só que, claro, a gente atualizou isso pro mundo de hoje, né? Mas não é como se eu subisse no palco pensando “vou fazer um feitiço do século 21 agora!” (risos).

sogumm: Pensar num alien escrevendo um relatório sobre o show de ontem seria hilário. Imagina ele tentando entender por que os humanos estavam todos reunidos ali. Provavelmente escreveria algo como: “Os humanos se juntaram pra compartilhar emoções como tristeza e alegria. Alguns subiram no palco e guiaram os outros, que gritavam e dançavam juntos.” Se for ver por esse lado, realmente tem bastante em comum com os rituais de mudang.

Omega Sapien: Em coreano tem uma palavra, “신난다” (shinnanda, algo como “tô animado” ou “tô empolgado”), que dizem que vem de um significado antigo: “o deus veio e foi embora”. Vi isso num vídeo curto, então não sei se é 100% verdade (risos), mas acho que descreve bem o que a gente tenta fazer. Nossas performances talvez sejam tipo isso mesmo: um grito lançado pra uma dimensão invisível.


Apresentação no Fuji Rock, durante a edição de 2023


— Compartilhar emoções por meio da música é algo importante pro Balming Tiger?

sogumm: Como alguém que sobe no palco, eu carrego um senso de responsabilidade muito forte. Pra mim, a performance é um momento de compartilhar dor, alegria… Por isso, eu sempre faço uma oração antes de entrar. A gente não tá ali só pra se divertir — eu encaro isso como algo que pode, de verdade, mudar a vida de alguém.

— E esse sentimento de responsabilidade como artista e criadora, veio de algum momento específico?

sogumm: Acho que foi algo que fui percebendo aos poucos, conversando com os outros membros, viajando junto, dividindo refeições e vivências. Uma coisa que todo mundo no grupo tem em comum é que, de alguma forma, a gente foi salvo pela música. Todos nós passamos por momentos de solidão, desespero, chegamos bem perto do fundo do poço… E foi a música que nos segurou ali.

Quando começamos o Balming Tiger, eu nem pensava em responsabilidade ou algo do tipo. Mas com o tempo, ficou claro que música é algo que você não consegue fazer pela metade. Mesmo se a gente estiver se divertindo durante o processo criativo, precisa ser de verdade. Porque a gente sabe o quanto a música tem poder. Ela pode salvar alguém. E quando eu subo num palco, esse pensamento me acompanha: “Talvez, com esse show, eu possa ajudar alguém aqui. Talvez eu possa dar força pra alguém.” É por isso que hoje eu levo isso tão a sério.

No começo, achava que só eu sentia isso (risos). Pensava que o resto tava ali mais na vibe da diversão, como um hobby. Mas vendo o quanto todo mundo se entrega, percebi que eles sentem o mesmo. O pessoal do Balming Tiger encara a música de peito aberto, com o coração mesmo.

— Caramba, que fala linda… (emocionado, segurando a testa). Sinto que agora entendi de onde vem essa sensibilidade humana por trás da estética ousada do Balming Tiger.

Todos: (gargalhadas e aplausos)

Omega Sapien: Pode mandar mais perguntas, viu? (risos)


A nova música "Wash Away" e o "alívio" trazido pela ressonância

— Me contem sobre a nova música “Wash Away”. Ela é tema do drama Tokyo Salad Bowl, que se passa em uma Tóquio multicultural e caótica, acompanhando um policial e uma intérprete como dupla. A faixa parece se alinhar bastante com esses temas, né?

Mudd the student: Essa música começou com um demo que eu fiz junto com o Unsinkable, nosso DJ/produtor. Como Tokyo Salad Bowl retrata a vida cotidiana das pessoas em Tóquio, a gente quis captar o caos, a correria, a confusão desse cenário na música. A ideia era transformar o som na imagem de pessoas tentando viver com tudo isso em volta — uma cidade sobreposta por culturas e realidades. Mas no fim, o que a gente mais queria era que a música pudesse curar as pessoas. Que mesmo com toda essa intensidade, ela trouxesse um pouco de alívio.

— E sobre o som em si? Tem um groove que lembra o Motown, mas também um quê de indie rock seco, quase garage, com aquela vibe meio 2000s, tipo o revival do pós-punk. Até senti uma influência de Pharrell Williams ali no meio.

Mudd the student: Sim, eu e o Unsinkable somos muito fãs de pós-punk. Em músicas como “SOS” ou “Trust Yourself”, que a gente já lançou, dá pra sentir isso. No caso de “Wash Away”, o Unsinkable trouxe uns beats inspirados no som do Motown e na pegada de bateria meio The Strokes, sabe? E aí naturalmente minhas guitarras saíram com essa mesma cara. Cada um na banda tem um gosto bem diferente, mas tem alguns artistas que a gente todo mundo ama. Quando é coisa do Balming Tiger, essas influências acabam vindo à tona. Não dá pra ignorar o quanto a gente é influenciado por artistas como o N.E.R.D e os próprios Strokes. Isso acaba moldando bastante o som.


— A linha "Everything is different, Everyone is struggling" é incrível. Acho que ela captura a sensação de um mundo complexo e caótico, onde a juventude da atualidade, apesar de estar lutando contra tudo isso, vive essa fome de algo mais profundo, algo que nos conecta no presente.

sogumm: Essa linha fui eu quem escrevi, e não foi tanto para criticar ou fazer uma análise sobre os tempos em que vivemos. A intenção foi passar uma mensagem de conforto: "Todos nós somos diferentes, e todos nós estamos lutando. Se você está passando por isso, saiba que não está sozinho." É mais uma forma de acalmar, mostrar que a luta é compartilhada.

bj wnjn: Quando escrevo letras, é como se estivesse escrevendo uma carta para mim mesmo. Eu também estou vivendo agora, então minhas próprias percepções sobre o que está acontecendo no mundo acabam surgindo de forma natural. As pessoas podem entender isso como crítica ou análise, mas o meu foco nunca foi esse. A ideia é mais pessoal, compartilhar experiências que podem gerar empatia. E eu acho que essa empatia é o que pode proporcionar um tipo de "cura".

sogumm: Exatamente, é como se fosse um monólogo interno. O sistema acaba nos deixando famintos, sempre pedindo mais e mais. E isso nos faz perder de vista o que realmente precisamos, o que estamos buscando de verdade. Quando pensei em Tokyo Salad Bowl, a imagem que veio à mente foi de uma geladeira cheia de vegetais de várias cores, lindos e nutritivos. É um reflexo do mundo diverso e belo que o filme retrata, onde diferentes pessoas coexistem. E minha vontade era, através da música, oferecer algum tipo de alívio para essas pessoas, essa energia de cura.

Foto por Yukitaka Amemiya

— Não só "Wash Away", mas a expressão de Balming Tiger parece abordar de maneira crítica a sociedade contemporânea. Por exemplo, o clipe de "UP!" mostra jovens trabalhando em um supermercado, o que pode ser visto como uma crítica ao distanciamento humano na sociedade capitalista avançada. Como vocês lidam com esses temas em suas expressões artísticas? Até que ponto essas questões sociais estão presentes de forma consciente no trabalho de vocês?

Leesuho: O clipe de "UP!" foi dirigido por mim, e, como o bj wnjn mencionou antes, nossa intenção não é tanto fazer uma crítica direta à sociedade, mas sim mostrar nossa própria realidade. Não queríamos passar a mensagem de "vocês estão errados" ou "deixem-nos ensinar algo", mas sim "nós também carregamos essa dor e essa dificuldade". O objetivo era mais mostrar nossa própria história, a nossa luta, e como isso se conecta com o que muitos outros estão vivendo. É como se quiséssemos refletir a nossa verdade de maneira honesta, sem tentar impor uma lição, mas apenas mostrar que não estamos sozinhos nessa.

— Vocês acham que o sofrimento que sentem é algo universal?

bj wnjn: Acho que sim, é universal. Estamos lidando com dilemas humanos, com as angústias típicas da juventude, com os impactos do avanço da tecnologia… Tudo isso tem uma certa universalidade. Mas, o que eu realmente penso é que, mesmo quando o sofrimento está bem diante das pessoas, muitas vezes elas não percebem. Não foi algo que a gente quis retratar de forma intencional, tipo "vamos falar disso", mas quando você tenta representar o dia a dia de alguém vivendo nesse sistema capitalista avançado, essas questões acabam aparecendo naturalmente.

sogumm: Mesmo quando falamos coisas bonitas ou idealistas, não dá pra ignorar que precisamos ganhar dinheiro pra viver. A gente quer fazer um álbum bom, usar roupas legais, comer comida gostosa… esses desejos existem. Mas, ao mesmo tempo, fico sempre me perguntando: “o que realmente importa?”. No meio de toda essa confusão, sinto que estou sempre tentando encontrar essa resposta.

bj wnjn: Uma das coisas que acho que todos nós no Balming Tiger temos em comum é essa vontade de quebrar as regras, esse espírito de resistência. Parece que todos queremos nos libertar de regras e amarras que nos limitam.

sogumm: É verdade. Ser taxado de "não pode isso", desistir antes mesmo de tentar, ou ser preso a tradições e regras sem sentido… tudo isso parece uma grande perda de tempo pra mim.



Nós somos cool, então a Ásia também é cool

—Desde o início da carreira, o Balming Tiger sempre foi um grupo que soube fundir habilmente a cultura ocidental com elementos orientais, não só no som, mas também no aspecto visual. A fusão entre motivos tradicionais ou típicos e a cultura pop pode acabar ficando cafona, dependendo da forma como é feita. Existe algum segredo para isso?

Omega Sapien: Na minha visão, justamente as partes de uma cultura que as pessoas acham meio "nada a ver" ou "meio bregas", são as que, se a gente se aprofundar de verdade, podem acabar se tornando estilosas. É como aceitar o que é considerado brega e ir mais fundo, procurar a essência daquilo.

sogumm: Na Coreia, tem uma frase que diz: "O que é mais coreano é o que é mais global". Tem algo parecido no Japão? Quer dizer, aquilo que é extremamente local pode ser, na verdade, algo global.

—Parece que esse tipo de pensamento é comum entre muitos inovadores que querem se lançar para o mundo.

Omega Sapien: Ah, mas hoje em dia tem muita gente pelo mundo dizendo coisas como "a Ásia é legal", né? Mas eu, pessoalmente, prefiro pensar assim: “A Ásia é legal porque eu sou legal.” Depois de ter trabalhado em vários países, percebo que todos têm seus prós e contras. A Coreia tem as dificuldades dela, o Japão também. Mesmo nos EUA, que muita gente vê como um lugar livre, tem regras próprias bem rígidas. Por isso, acho que o mais importante é ter um eixo pessoal. Porque quem tem que encarar essas dificuldades, no fim das contas, somos nós mesmos.

Acho que todo músico quer ouvir e criar músicas que sejam incrivelmente estilosas. Eu mesmo, quando morava nos Estados Unidos, ouvia hip hop feito louco e tinha uma fase em que pensava: “É isso aqui que define o que é ser estiloso”. Mas, depois de muitos caminhos e desvios, acabei voltando às minhas raízes. No fim das contas, acreditar que “eu sou estiloso, então o que eu crio também é estiloso” é algo realmente importante.

Foto por Yukitaka Amemiya

—Durante o show recente, vocês disseram no MC que “querem fazer mais atividades no Japão!”, e agora estão confirmados no Fuji Rock neste verão. Estamos muito empolgados!

Omega Sapien: Sim, fiquem animados! E quanto mais pessoas esperarem por nós, mais vamos poder fazer por aqui também.

—Por fim, poderiam deixar uma mensagem para os fãs japoneses?

sogumm: Eu tenho vários artistas japoneses com quem gostaria de colaborar. Como a Akitsuyuko-san, por exemplo. Ficaria muito feliz se pudéssemos trabalhar juntos no futuro.

Leesuho: Ultimamente tenho assistido anime japonês praticamente todos os dias, e quando venho ao Japão, é como se eu tivesse entrado naquele mundo. Só de visitar já me sinto mais animado, então quero vir com mais frequência.

Omega: Parecido com o Leesuho, eu gosto de assistir programas de variedade japoneses com legenda. Fazer uma entrevista como essa, pegar um táxi até Roppongi e participar de um programa de rádio... tudo isso parece que fui transportado pra outro mundo, como se eu tivesse reencarnado num universo paralelo como uma celebridade japonesa (risos). Quero muito que o Balming Tiger atue ainda mais no Japão.

Mudd the student: Acho que nosso grupo foi muito influenciado pela cultura japonesa. Eu mesmo sempre admirei a cena de indie rock do Japão e continuo sendo influenciado por ela. Agora que estamos começando oficialmente nossas atividades por aqui com “Wash Away”, seria maravilhoso se as pessoas que curtem esse tipo de som também pudessem sentir o Balming Tiger mais de perto.

bj wnjn: Acho que começamos com o pé direito, então vamos nos esforçar bastante. Todo o carinho de vocês está chegando direitinho até a gente!

WWD Japan | Aclamado grupo de K-POP alternativo, Balming Tiger — quais são suas raízes?

   Esta entrevista é de propriedade de WWD Japan, feita em Março de 2025 por Keika Kishino, nós apenas traduzimos, sendo assim com todos os créditos dados aqui.

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Integrantes do Balming Tiger. Da esquerda pra direita: Omega Sapien, sogumm, bj wnjn, Mudd the student, Leesuho


Balming Tiger
PERFIL: Banda alternativa de K-POP formada na Coreia do Sul em 2018. Com 11 membros, o grupo cuida por conta própria de todas as etapas do processo criativo: produção musical, gravação de videoclipes, performances e divulgação. Chamaram atenção com o single de estreia “I’m Sick” e, em 2019, ganharam o prêmio de Music Video of the Year no Korean Hip-Hop Awards com “Armadillo”, consolidando sua influência na cena musical coreana. Em 2022, lançaram “Sexy NUKIM” com RM, líder do BTS, levando uma nova onda de K-POP ao mundo. Em 2023, lançaram o primeiro álbum de estúdio, January Never Dies, seguido do EP Greatest Hits em novembro de 2024.


A banda alternativa de K-POP Balming Tiger, formada em 2018, é um coletivo alternativo composto por 11 integrantes com diversos talentos. Com um som que mistura gêneros como pop, hip-hop, rock e eletrônica, o grupo construiu um estilo próprio dentro da cena musical coreana. Em 2022, ganharam grande destaque ao lançar a faixa “Sexy NUKIM”, em colaboração com RM, líder do BTS.

Neste ano, o grupo também tem expandido suas atividades no Japão: foi responsável pelo tema de abertura do dorama da NHK “Tokyo Salad Bowl”, participou do festival tributo a Ryuichi Sakamoto, “RADIO SAKAMOTO Uday”, e tem presença confirmada no Fuji Rock Festival '25.

Nesta entrevista, conversamos com seis integrantes — San Yawn, Omega Sapien, sogumm, bj wnjn, Mudd the student e Leesuho — sobre os outros membros do grupo, suas influências musicais e o estilo que cada um carrega.


"Não tentamos evitar os choques de opinião."

Membros do Balming Tiger. Da esquerda para a direita: Omega Sapien, Mudd the student, sogumm, Leesuho, bj wnjn

— O Balming Tiger é um grupo com formação fluida, certo? Para começar, podem nos contar como está a formação atual?

Leesuho: Atualmente somos 11 integrantes. Quem sobe no palco nos shows são o Omega Sapien, a sogumm, o bj wnjn, o Mudd the student e eu, Leesuho, que sou produtor e diretor de vídeo. O San Yawn é o líder, diretor criativo e também produtor. Temos ainda o produtor musical Unsinkable, o responsável pelas operações práticas, o marqueteiro Henson Hwang, e o A&R Abyss. O diretor de vídeo Jan’Qui e o artista visual Hong Chanhee também fazem parte. O Chanhee cuida do design de tudo relacionado ao Balming Tiger, e atua em várias frentes como direção de arte, filmagem e até styling.

— Os membros têm papéis bem diferentes, mas o processo criativo sempre começa pela música? Ou às vezes começa com performance ou artes visuais?

San Yawn: Na maioria das vezes começa pela música, mas depende. Às vezes parte de uma ideia de vídeo que queremos fazer, outras vezes surge de uma única imagem ou foto. É bem flexível.

— E os membros não entram em conflito de opiniões?

Omega Sapien: (em japonês) O nosso presidente (San Yawn) tem uma liderança incrível, então tá tudo certo!

San Yawn: (risos) A gente não evita os conflitos de opinião, não. Se alguém tem uma convicção forte, fala mesmo, e usa as palavras que for preciso pra fazer os outros entenderem.

sogumm: Sempre surgem muitas opiniões diferentes, e muita coisa boa nasce justamente desses choques. Acho que isso é parte essencial do nosso processo criativo. É como se estivéssemos sempre explorando o nosso estilo único do Balming Tiger com alegria. E isso tudo me enche de esperança.


As raízes musicais dos membros?

Balming Tiger


—Entendi. O Balming Tiger é um grupo de “K-POP alternativo” e parece incorporar uma variedade de gêneros musicais de maneira muito livre. Cada um de vocês tem raízes musicais diferentes, certo?

Omega Sapien: Quando eu era mais jovem, achei importante expressar honestamente as emoções que surgiam dentro de mim. Foi daí que passei a me interessar por hip-hop.

Leesuho: Eu também. Quando era mais jovem, ouvia principalmente hip-hop e eletrônica, coisas mais intensas. Eu não conseguia expressar minhas emoções, como a raiva, de forma tão direta, então acho que ouvi essas músicas para sublimar esses sentimentos.

Mudd the Student: Sempre que estava em casa, minha irmã tocava vários tipos de música. Pop, rock, hip-hop, eletrônica... Os gêneros eram diversos, e eu acho que recebi uma grande influência disso. Houve uma época em que eu ouvia muito rock. Mas a primeira vez que fiz música foi no hip-hop, e isso acabou se tornando minha base.

sogumm: Quando eu tinha 12 anos, fui viajar para a China com meus primos mais novos sem nossos pais. Eu tinha apenas algumas músicas no meu MP3 player, e durante a viagem, à noite, ouvi a música "Tree" da BoA, e senti muito poder na música. As letras em coreano realmente tocaram meu coração. Foi aí que decidi seguir a criação de música para também poder fortalecer as pessoas através da música. Eu até escrevi isso no meu diário na época.

bj wnjn: Eu sempre ouvi muita black music. Eu adoro a forma livre de expressão do D'Angelo. Durante o tempo em que estou no Balming Tiger, comecei a me expor a muitos outros estilos e acho que isso tem me influenciado positivamente.

San Yawn: No começo, eu queria ser rapper e comecei a escrever letras de rap. Mas à medida que fui ouvindo vários tipos de música, meu interesse por produção e composição aumentou. Quando olho para trás, vejo que sempre fui atraído por artistas mais voltados para a produção. Isso acabou me levando naturalmente para o trabalho no Balming Tiger.

—Aliás, nas músicas do Balming Tiger, sinto uma influência de trot também. A música popular teve alguma influência em vocês?

San Yawn: Todos os membros cresceram ouvindo música popular que tocava o tempo todo no rádio, na TV e nas lojas, antes mesmo de começarmos a ouvir rock e folk. Então, acho que as músicas populares e canções populares coreanas estão no fundo da nossa música.

Omega Sapien: Houve um período em que eu acreditava que o hip-hop americano, incluindo as letras, era o melhor. Mas, quando voltei às minhas raízes, comecei a me conectar mais naturalmente com o K-POP. Isso é algo em que sempre estou refletindo: como expressar isso no Balming Tiger.


A obsessão por moda e a vida no Japão.

Omega Sapien do Balming Tiger (à esquerda) e bj wnjn.

Membros do Balming Tiger. Da esquerda para a direita: Mudd The Student, Sogumm e Lee Suho.

——Nos shows ao vivo, vocês não apenas tocam as músicas, mas também incorporam danças e outros tipos de performance, criando uma experiência visualmente interessante, certo?

Omega Sapien: A gente começou de forma independente, então, para ser bem honesto, no começo não tinha grana para contratar músicos de sessão ou colocar vídeos legais com LED (risos). Mas acho que, ao pensarmos em várias ideias de performance por conta própria, a criatividade surgiu dentro dessas limitações.


——Os trajes têm sempre uma harmonia nas cores, ou usam o mesmo casaco, criando uma sensação de unidade. Qual é a ideia por trás disso?

Sogumm: No começo, a gente tinha que fazer tudo com um orçamento bem limitado (risos). Com essa restrição, passamos a combinar as cores e a pensar na primeira impressão visual que a gente queria passar no palco. Agora, amigos talentosos estão criando os designs para a gente.

San Yawn: Quando usamos o mesmo traje no palco, sentimos que somos um time, que estamos todos unidos.

Sogumm: Para mim, usar roupas iguais durante a performance traz uma sensação de motivação. Além disso, com o tanto de turnês que fizemos na Europa e nos Estados Unidos, comecei a prestar mais atenção na estética oriental.

San Yawn: A gente também se inspira em grupos como o YMO, que souberam incorporar a estética oriental de maneira incrível. Admiro muito isso.

Mudd The Student: E claro, acredito que a influência do K-POP também acaba entrando naturalmente nas nossas roupas.

Omega Sapien: Eu gosto de criar uma sensação de desconforto. Costumo usar camisetas um pouco menores. É algo que está meio fora de moda hoje, mas não é exatamente retrô… É mais como uma imagem de uns sete anos atrás, de um período meio indefinido.


 
Omega Sapien do Balming Tiger

Sogumm: O Omega não está atrasado só na moda não, viu? O gosto musical dele também parou uns oito anos atrás (risos).

San Yawn: No fim das contas, a forma como a gente vive e nossa personalidade acabam se refletindo no estilo também, né?

Omega Sapien: Hahaha (risos).

bj wnjn: Eu tenho uma preferência forte por usar peças originais mesmo — não versões modificadas ou com releitura. Gosto do item como ele foi criado.

Mudd the Student: Eu me inspiro muito nos roqueiros dos anos 90, tipo o Radiohead. Curto esse visual meio natural, mas cheio de camadas e referências. Adoro colecionar camisetas vintage de bandas.

Sogumm: Minha mãe sempre foi uma figura excêntrica e também se importava bastante com moda. Ela usava hanbok de um jeito super moderno. Quando eu era pequena, na época da pré-escola, nas saídas de voluntariado ou excursões escolares, todas as crianças iam com roupas confortáveis, tipo moletom. Mas minha mãe queria me mandar de vestido de princesa (risos). Como ela sempre teve esse olhar diferente, acho que isso acabou me influenciando bastante e me fez desenvolver um interesse e uma paixão pela moda.

— No ano passado, vocês foram responsáveis pela trilha sonora ambiente da loja Parco em Shibuya. Este ano, criaram a música-tema “Wash Away” para o dorama da NHK Tokyo Salad Bowl, e também já têm presença confirmada no Fuji Rock ‘25. As atividades no Japão estão se expandindo! Tem algo que gostariam de fazer por aqui, ou alguém com quem sonham em colaborar?

San Yawn: A gente está se preparando para trabalhar mais seriamente no Japão, e tem muita coisa que queremos fazer. Tenho bastante interesse em fazer músicas-tema para animes também. Tem muitos artistas japoneses que eu admiro, mas meu favorito é o Haruomi Hosono. Seria um sonho colaborar com ele algum dia.

Mudd the Student: Eu era muito fã de NUMBER GIRL, então gostaria de fazer algo com o ZAZEN BOYS.

Omega Sapien: A minha escolha é a Aimyon!

Sogumm: Eu gostaria muito de trabalhar com a Akitsuyuko. E também sou super fã da fumiko imano, aquela artista famosa pelos autorretratos em que parece estar com uma irmã gêmea. Seria incrível fazer algo juntas.

San Yawn: Também admiro demais o Takashi Homma, o Hirokazu Kore-eda, a Suzu Hirose, a Nao…

Sogumm: Nossa, tem tanta gente que a lista nem acaba!

FOTOS: YUKI KAWASHIMA
CABELO & MAQUIAGEM: MAHITO
EDIÇÃO: ATSUSHI TAKAYAMA

sexta-feira, 4 de abril de 2025

DAZED | O um e dois, o gêmeo Oh Hyuk

   Esta entrevista é de propriedade de DAZED KOREA, feita em 12 de Setembro de 2024 por Yoon Seunghyun. Nós apenas traduzimos, sendo assim com os devidos créditos dados aqui.

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O dia em que Oh Hyuk e... Oh Hyuk se encontraram, vestiram o New McQueen do Sean McGirr e deram um rolê por Seul.

O trench coat preto de algodão com acabamento em shearling, o colar Sovereign Skull de metal prateado com cristais, e a slingback de couro de bezerro texturizado cor de cranberry com fivela metálica T-bar exagerada — tudo McQueen by Seán McGirr.



O blazer preto e branco de lã mohair com listras finas e detalhe de corrente em T-bar, a camisa em tafetá de seda e náilon num tom amarelo ácido, a calça combinando com o blazer, os brogues de couro preto com bico fino, o colar Sovereign Skull de metal prateado com cristais e os óculos de sol preto e fumê com efeito visual de “dois em um” — tudo McQueen by Seán McGirr. O vestido da Fumiko é da própria Fumiko.


O moletom com capuz feito de patchwork de tricô jacquard de mohair com estampa de leopardo em tons de vermelho, bordô, preto, bege e marrom, a calça preta de couro stretch e as botas parachute de couro preto com sola chunky oversized contrastando com o caimento slim das pernas — tudo McQueen by Seán McGirr.


A camisa de tafetá de seda e náilon em amarelo ácido, a calça de lã mohair preta e branca com listras finas, os brogues Buddy de couro preto com bico afilado e o colar Sovereign Skull de metal prateado com cristais — tudo McQueen by Seán McGirr.


O casaco de veludo cor ferrugem com detalhe de laço, o cardigã canelado de seda vermelha, a calça de tafetá de seda e náilon na mesma tonalidade e a slingback de couro de bezerro texturizado preto com fivela metálica T-bar exagerada — tudo McQueen by Seán McGirr.



O casaco alfaiatado com detalhe de corrente T-bar, a calça preta de viscose e o colar choker Cross Bar de metal prateado com barra cruzada e detalhe de caveiras duplas — tudo McQueen by Seán McGirr.


Faz tempo que você não fazia um ensaio. E há pouco participou até do IU's Palette no YouTube. Como está se sentindo com esse retorno?
Tô animado, mas também um pouco apreensivo. Pra ser sincero, ainda nem parece real.

Você já conhecia a fotógrafa Fumiko Imano? Dizem que foi você quem fez questão de chamá-la pra esse ensaio.
Sim, já conheço a Fumiko faz um tempinho. A gente se encontrou em Tóquio há uns sete anos. Mas essa é a primeira vez que trabalhamos juntos. Sempre curti o DoBeDo Project, e foi por lá que conheci o trabalho dela. Desde então, queria muito fazer algo com ela um dia. Fico feliz que isso tenha finalmente rolado, graças à parceria com a McQueen.

Você voltou com um álbum completo depois de quatro anos. Antes, você comentou que “não fazer nada” era um tempo valioso. Acha que aproveitou bem esse tempo?
Não posso dizer que aproveitei cada segundo, mas com certeza foi um período necessário. Consegui experimentar coisas novas, me envolver com projetos diferentes e refletir com mais calma sobre o que eu queria fazer. Antes era tudo muito corrido — lançava algo, saía em turnê, lançava de novo, e por aí ia. Às vezes rolava um ensaio no meio, mas no geral, eu só seguia a rotina. Sempre curti teatro e cinema, tinha uma curiosidade antiga por essas áreas, mas nunca conseguia parar pra me dedicar de verdade. Dessa vez, consegui. Quis retribuir quem já tinha me ajudado antes, então acabei compondo músicas pra uma peça e até fui diretor musical de um filme.

Ouvindo esse álbum novo, a primeira coisa que me veio à cabeça foi a palavra “Ásia”. Vi que a designer Kim Youngna, que cuidou da arte do disco, comentou que vocês conversaram sobre esse tema de “asiaticidade”.
A gente não chegou a discutir um conceito claro do que seria essa “asiaticidade”, sabe? Mas tem umas coisas que vão batendo quando você faz muita turnê fora da Ásia — como a gente e o pessoal do Sunset Rollercoaster. Uma coisa que sempre chama atenção é que, tirando os EUA, em muitos festivais mundo afora tem no máximo uma ou duas bandas asiáticas na lineup. Isso sempre ficou na minha cabeça, meio que incomodando. E, nessas idas e vindas, acabamos encontrando o Sunset Rollercoaster várias vezes — tipo em Boston, onde por acaso tocamos perto e fomos comer juntos, depois no Japão de novo... Enfim, rolou muita conversa sobre situações que só a gente, como asiáticos, vive. Nada que dê pra chamar de “absurdo”, mas são experiências muito particulares. E no meio disso tudo, veio a ideia: seria massa montar um projeto onde os asiáticos fossem o centro da coisa toda.

Logo logo você completa 10 anos de carreira. O que são o Hyukoh e o Oh Hyuk um pro outro?
Até agora, confesso que botei muito mais energia no Hyukoh. Tudo que pude fazer de melhor, fiz com a banda. Mas o foco tão forte nela acabou me impedindo, às vezes, de seguir vontades mais pessoais. Essas eu fui liberando nos projetos solo, como Oh Hyuk mesmo. Durante esse tempo parado, comecei a me interessar por outras áreas, estudei umas coisas diferentes... Talvez eu leve isso pro meu trabalho solo no futuro.

Então o Hyukoh segue uma linha mais coesa e constante, e o Oh Hyuk, digamos, é caótico no melhor sentido? Lembro que você já falou de vontade de lançar um álbum todo voltado pro eletrônico ou pro techno.
Sim! Ainda quero muito fazer isso. Eu divido a música em duas categorias: com letra e sem letra. Ou talvez, música com linha de voz principal que conduz tudo e aquela onde isso não acontece. Essas duas formas pedem jeitos bem diferentes de compor. Quando tem letra ou uma linha vocal guiando, sempre rola uma carga emocional — você precisa pensar no que quer transmitir. Já na música eletrônica, claro que tem sentimento, mas o foco costuma ser mais na intuição. É mais sobre deixar o corpo reagir do que entender com a cabeça. O jeito que essas músicas mexem com a gente é diferente, e isso me fascina. Quando fico cansado de fazer músicas muito emocionais, corro pro eletrônico — é outro universo, então sempre acabo redescobrindo o prazer de criar.

Trabalhar com trilha sonora de filme deve ter sido bem diferente dos outros estilos, né?
O filme The Dream Songs chegou até mim por indicação do DQM, que cuida das partes visuais da nossa equipe. Ele sugeriu que eu fosse o diretor musical. Lembro da primeira vez que encontrei o diretor Cho Hyun-chul — ele também fala super pouco, então a gente praticamente não conversou (risos). A única coisa que ele me pediu foi: “Queria algo tipo um psicodélico coreano”, e, até hoje, sinceramente, não sei direito o que isso quer dizer (risos). Depois daquele encontro, eu assisti várias vezes à edição do filme, e fui compondo com base nas sensações que iam surgindo.

Muita gente vem pedindo pra lançar a trilha sonora do filme como um álbum, né?
Sim, e inclusive a música “사랑한다는 말은 (Dizer que te amo)”, que aparece em The Dream Songs , eu escrevi ainda no ensino médio. Desde aquela época, tinha uma pessoa que eu queria muito que fizesse um feat nessa faixa. Estou esperando esse feat acontecer até hoje. Quando ele sair, talvez finalmente a música ganhe sua versão completa.

E falando na nova fase da Alexander McQueen com o Seán McGirr, o que você achou?
As roupas estavam incríveis. Te juro que por um momento pensei “e se eu fosse só um pouquinho mais alto?” (risos). Teve um suéter que usei no meio do ensaio que era lindo demais, mas também foi a peça mais pesada que já vesti na vida. Fiquei curioso pra saber como outras pessoas vão usar aquilo. Tô bem animado pra ver o que o Seán vai criar daqui pra frente e torcendo pra gente ainda fazer muita coisa legal junto.

Você tá prestes a sair em turnê agora. Imagino que já esteja mais acostumado, mas dessa vez a equipe cresceu bastante.
Meu pensamento continua o mesmo: “vamos preparar tudo que der, da melhor forma possível”. Até agora, nossas turnês sempre foram pequenas, com uma equipe bem reduzida. Mas agora, além da banda estar maior, o número de pessoas envolvidas também aumentou bastante. Por exemplo, dessa vez a gente vai ter duas baterias no palco! Isso é inédito pra gente. Quando duas bandas dividem o show, geralmente tocam juntas em umas três a cinco músicas no máximo. Mas aqui, vamos fazer o show inteiro com dois kits de bateria tocando em conjunto, do início ao fim. É algo totalmente diferente do que já fizemos, então dá um certo nervosismo. Mas, por outro lado, tô muito empolgado. Faz tempo que não tocamos ao vivo — só isso já me deixa animado demais. Espero que muita gente venha ver a gente!


Direção criativa e moda: Kim Yeyoung
Texto: Baron (Yoon Seunghyun)
Fotografia: Fumiko Imano
Direção de arte: Dawn (Wi Daham)
Maquiagem: Kang Yoonjin
Assistente: Neo (Han Minwook)

Ginza Magazine | Hyukoh e Sunset Rollercoaster vão realizar um torneio de pingue-pongue chamado "AAA" em Tóquio!? - Entrevista com os dois vocalistas

  Esta entrevista é de propriedade de Ginza Magazine feita em 09 de Janeiro de 2025. Nós apenas traduzimos, sendo assim com os devidos créditos dados aqui.

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A banda sul-coreana Hyukoh e a banda taiwanesa Sunset Rollercoaster (落日飛車) se uniram para formar o projeto colaborativo "AAA", lançando seu primeiro álbum de mesmo nome em julho de 2024.

Em outubro, durante sua passagem por Tóquio para um show, os dois grupos organizaram um misterioso torneio de pingue-pongue em um local secreto da cidade. Mas por que esses gigantes da cena musical asiática resolveram entrar no mundo do pingue-pongue?

Para descobrir, conversamos por chamada online com OHHYUK, do Hyukoh, e Kuo-Hung Tseng, do Sunset Rollercoaster.

Making of do MV "Young Man" – AAA (Foto: Dasom Han)

— Como está sendo a turnê? (A entrevista foi realizada em meados de novembro, antes do último show da turnê em Jacarta.)

OHHYUK (OH): Eu tô curtindo demais!

KUO-HUNG (KUO): Exatamente! A gente já era amigo antes, mas depois dessa turnê, viramos praticamente uma família. Sempre tem alguém chamando todo mundo pro quarto pra beber. Inclusive, a gente já tá pensando em reservar um quarto extra na próxima, porque quem recebe a galera não consegue dormir direito (risos).

OH: O que mais me marcou foi uma listening party que fizemos no quarto. Como a turnê passa por várias cidades da Ásia, sempre tem um intervalo entre os shows—passamos uma ou duas semanas em Seul e Taipei antes de nos reunirmos em outro lugar. Como os espaços entre os shows são grandes, às vezes dá a sensação de que estamos perdendo o ritmo. Então, resolvemos testar algo novo: juntamos todo mundo no quarto do hotel e ouvimos a setlist do começo ao fim.

KUO: A gente tem duas setlists para o AAA—uma pro show solo, que dura cerca de 2h40, e outra pra festival, que tem uns 70 minutos. Naquela noite, ouvimos as duas na íntegra. No começo, tava todo mundo curtindo e bebendo... mas no final, ficou um silêncio total, e todo mundo já tava sentado reto, concentrado.

OH: Quando percebemos, já eram cinco da manhã! Ficamos chocados (risos).

KUO: Teve até momento de air guitar no quarto! Fazer essa "revisão" dá um certo alívio antes dos shows.

OH: Mesmo sem tocar de verdade, o "muscle memory" volta automaticamente.

— Dá pra ver que vocês têm uma sintonia incrível! Durante a passagem por Tóquio, em outubro, tiveram tempo pra turistar um pouco?

KUO: Eu e o OHHYUK fomos até Nakano Broadway.

— Compraram alguma coisa?

KUO: Peguei um Rolex vintage. Já tenho um modelo parecido, mas esse tinha um mostrador diferente, um design raro. Não resisti e levei.

OH: Também comprei um relógio, mas o meu é novo.

— O projeto AAA tem um visual bem marcante, além da música. O logo, por exemplo, é bem único!

OH: O design foi feito pela Na Kim, que já trabalhou bastante com o Hyukoh. Pedi algo que usasse o alfabeto, mas que ainda tivesse uma vibe asiática. O resultado ficou incrível, amei o design!

— Tanto o HYUKOH quanto o Sunset Rollercoaster são bandas muito populares na Ásia. Como vocês enxergam o impacto da música asiática no cenário global?

KUO: Antes da pandemia, já havia um movimento que chamavam de "revival asiático", mas depois da COVID, acho que isso se expandiu e se tornou algo ainda mais global. A forma como a música é feita mudou bastante nesse período. Com o avanço da tecnologia, agora é possível criar diversos sons sem precisar tocar instrumentos, o que acabou tornando certas sonoridades mais parecidas entre si. Dá pra perceber que aquele som "tipicamente asiático" está se dissolvendo e tudo está se misturando—o que, de certa forma, é algo positivo. Mas tanto o Sunset Rollercoaster quanto o HYUKOH ainda seguem a pegada tradicional de banda: tocamos instrumentos, gravamos com microfones e gastamos bastante tempo nesse processo. Com a turnê, ficou claro que as pessoas ainda amam a música ao vivo, e isso foi incrível de ver. Claro, esse formato envolve mais gente e acaba saindo mais caro, mas vale a pena.

— Em outubro, o AAA organizou um evento pop-up na loja GR8, em Harajuku, apresentando colaborações com oito marcas (nul1.org, BONNIE CLYDE, HOMME BOY, Plateau Studio, JICHOI, PRETTYNICE, WISDOM e LTTT). Esse projeto vai muito além do que se espera de um merch comum. Como surgiu essa ideia?

OH: O Kuo me apresentou vários designers de Taiwan, e isso me fez pensar: "Poxa, eu também conheço muitos criadores na Coreia... e se a gente fizesse algo divertido junto com a turnê?". Foi bem nessa época que tive um encontro com o Kyle, da HOMME BOY—somos amigos de longa data. Queria criar algo que conectasse artistas asiáticos, então também chamamos marcas como BONNIE CLYDE e LTTT.

KUO: Ambas são marcas fundadas por asiáticos que vivem em Los Angeles.

— Vocês tinham essa intenção de dar mais visibilidade para criadores asiáticos?

OH: A turnê do AAA é quase como uma caravana itinerante asiática. Não são só os integrantes da banda—todos os envolvidos vêm de várias partes da Ásia. Não foi algo planejado para ser "100% asiático", mas acabou acontecendo naturalmente. O evento pop-up rolou em Taipei, Seul e Tóquio, e em cada cidade apresentamos o mesmo conceito.




Itens vendidos no pop-up de Tóquio

── Para comemorar o pop-up, vocês organizaram uma festa em um armazém em Tóquio, e o evento foi um torneio de pingue-pongue. De onde veio essa ideia inusitada?

OH: Como tínhamos oito marcas envolvidas, precisávamos de um tema em comum. Eu já conhecia os eventos de pingue-pongue da LTTT em Los Angeles, e achei que combinaria bem com o conceito da coleção e do pop-up. As fotos tiradas pela Dasom Han também foram inspiradas no pingue-pongue, então decidimos transformar a festa em um torneio.

── Nunca imaginei ver um torneio de pingue-pongue tão acirrado em uma festa de moda!

OH: Todo mundo estava relaxado e se divertindo, a vibe estava ótima. Tinha uma energia diferente dos eventos normais.

── Vocês mandam bem no pingue-pongue?

KUO: Já joguei antes, claro, mas tô bem enferrujado... Participei do torneio na festa de Taipei, mas não fui lá essas coisas. Consegui ganhar uma partida, o que, pra um cara de 37 anos, já tá ótimo (risos). Da próxima vez, podíamos tentar algo com patins também. Todo mundo vestindo umas roupas retrô... tipo uma cena de Zoolander.

OH: Sei não, hein... (risos).

A festa em Tóquio em comemoração ao pop-up da “AAA”.


O evento rolou em um espaço secreto, com vibe de galpão underground.


O torneio de pingue-pongue foi aberto para todos os participantes, seguindo um formato de competição eliminatória.


Ao lado das mesas de pingue-pongue, estava exposta a coleção colaborativa da "AAA" com as oito marcas parceiras. Além da festa, os itens também foram vendidos na "GR8".


Foto comemorativa com os participantes da festa.


Teve também um set de DJ comandado por Okamoto Reiji.


── Um dos atrativos do "AAA" é a criatividade única. Quem são seus ícones de estilo?

KUO: Acho que o Oh Hyuk, cantor e integrante de banda da Coreia do Sul. Eu não manjo nada de moda, mas ele sempre me ensina um monte de coisas.

OH: (Risos) Valeu! No meu caso, é o designer gráfico Marc Newson. Além dos trabalhos dele serem incríveis, o estilo pessoal dele também é muito maneiro.

KUO: Aquele cara que desenhou aquela cadeira?

OH: Isso! E também aquele tênis esquisito que ele fez pros astronautas. Te mostrei várias fotos, lembra?

KUO: Lembro! Por isso que você é o meu ícone de estilo. Você me ensina tudo!

── Alguma notícia recente chamou sua atenção?

OH: A eleição presidencial dos EUA.

KUO: Algo mais positivo... beisebol! Não sou super fã nem nada, mas ouvi falar que Taiwan tá mandando bem no "Premier 12" e isso despertou meu interesse. Meu pai também, sempre que chega do trabalho, fica grudado na TV. O país inteiro tá vivendo essa febre do beisebol agora.

── Por fim, quais são seus objetivos no momento?

OH: Primeiro, fazer a turnê do "AAA" dar certo e, claro, ser feliz.

KUO: Pra mim, é finalizar o novo álbum do Sunset Rollercoaster, que deve sair em 2025. Estamos no meio da produção agora, e a agenda tá bem apertada... (risos).


The Soudcheck | "AAA": Um bate-papo com Hyukoh e Sunset Rollercoaster sobre seus projetos atuais e futuros

  Esta entrevista é de propriedade de The Soudcheck feita em 04 de Março de 2025 por Morena Kercuku. Nós apenas traduzimos, sendo assim com os devidos créditos dados aqui.

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Créditos da foto: Zhong Lin

Colaborações entre artistas na cena musical são comuns, mas projetos conjuntos entre bandas ainda são raros, geralmente se limitando a alguns singles. Porém, nesse contexto, as bandas Hyukoh e Sunset Rollercoaster criaram algo realmente especial: um álbum colaborativo inteiro chamado AAA. Atualmente, os dois grupos, vindos da Coreia do Sul e de Taiwan, estão em turnê com uma equipe impressionante de 40 pessoas, proporcionando uma experiência musical única para o público.

Na última entrevista do Hyukoh para The Soundcheck, OHHYUK já tinha dado a dica sobre um novo álbum. As expectativas estavam altas, mas ninguém imaginava um projeto tão ousado e original: uma colaboração com o Sunset Rollercoaster.

Recentemente, tive o prazer de bater um papo com Kuo Kuo (vocalista do Sunset Rollercoaster), OHHYUK (vocalista do Hyukoh) e JNKYRD (coprodutor do álbum). Eles compartilharam detalhes interessantes sobre como esse projeto criativo tomou forma. Além disso, OHHYUK soltou mais uma bomba—mas vamos por partes.

O Sunset Rollercoaster surgiu em 2009, na vibrante cena underground de Taiwan, uma ilha conhecida por seu clima úmido, mas tranquilo. O som da banda mistura elementos nostálgicos com um toque moderno, criando uma atmosfera vintage repaginada. Suas músicas trazem ritmos suaves, melodias etéreas e uma combinação sofisticada de instrumentos como saxofone e sintetizadores.

Já o Hyukoh, na ativa desde 2014, conquistou a cena internacional com seu som inovador e letras carregadas de emoção. A banda colocou o indie coreano sob os holofotes globais, cativando o público com seu ecletismo e a voz marcante de OHHYUK. Suas produções transitam entre gêneros, misturando influências clássicas com elementos alternativos e sofisticados.

AAA não é apenas um álbum colaborativo; é um verdadeiro simpósio musical que realça os pontos fortes de ambas as bandas, sem perder suas identidades únicas. Esse trabalho ousado e cuidadosamente elaborado se destaca por suas letras poéticas e melodias envolventes, com faixas que transitam entre atmosferas nostálgicas e momentos de profunda introspecção.

O álbum começa com Kite War, uma faixa de rock energético, seguida por Y, uma música original e inovadora, tanto em sonoridade quanto em estrutura. Antenna, com sua aura etérea, destaca a harmonia perfeita entre as vozes de OHHYUK e Kuo. Depois, Glue e Young Man trazem uma vibe mais animada ao disco. No entanto, o ritmo desacelera novamente com Do Nothing, que flerta com a bossa nova, antes de chegar a Aaaannnnteeeeennnaaaaaa—uma versão desacelerada de Antenna que encerra o álbum com uma sensação doce e contemplativa.

Como vocês se conheceram?

OHHYUK Acho que foi em 2017. Temos um amigo em comum chamado Bryan, que faz parte de outra banda, The Black Skirts. Um dia, eu e ele estávamos jantando juntos, e ele me falou sobre uma banda de Taiwan, que era o Sunset Rollercoaster. Acabamos nos conhecendo em Seul pela primeira vez e, depois disso, como estávamos sempre em turnê, nos encontramos em várias outras cidades.

Vocês mencionaram que a criação desse álbum fluiu de forma natural. Vocês acham que isso aconteceu porque trabalhar juntos deixou o processo mais divertido e fez com que se preocupassem menos com o perfeccionismo, que às vezes pode atrapalhar a criatividade?

KUO KUO De certa forma, sim. Trabalhar em grupo, teoricamente, deveria ser mais complicado porque tem mais gente envolvida, mas, na verdade, acabou sendo um projeto muito divertido. A gente compartilhou várias estéticas e ideias diferentes sobre música, então acho que, por ser algo leve e prazeroso, o processo não foi tão difícil.

Vocês mencionaram que AAA representa algo de alta qualidade. Quais elementos do álbum vocês acham que mais refletem esse alto nível?

KUO KUO Pra mim, é meio que uma piada interna sobre fazer música com a "melhor qualidade possível", porque, sinceramente, eu nem acho que existe esse conceito de "melhor qualidade" na música.

MORENA Ah, desculpa, não tinha entendido! Porque, pra mim, esse álbum realmente tem uma qualidade absurda—é o meu favorito de 2024 (e talvez da vida). Então, só queria agradecer por esse trabalho incrível. Eu amei muito, assim como muitas outras pessoas!


“Kite War” traz várias imagens simbólicas e evocativas. Vocês poderiam compartilhar o que essa música significa para vocês?

KUO KUO Eu lembro que isso veio de um jogo infantil asiático. É uma competição onde dois times tentam cortar a pipa do outro. Como esse álbum foi feito pelo Sunset Rollercoaster e pelo Hyukoh, acabou sendo como um duelo entre dois times, então começamos com Kite War. E o jogo tem um lado um pouco violento, porque você vê crianças correndo com facas na mão tentando cortar a linha da pipa adversária. Acho que por isso a música também tem essa pegada meio rock ‘n’ roll.

JNKYRD Descobrimos que essa brincadeira existia tanto na Ásia quanto em algumas culturas ocidentais, então pensamos que era algo universal, e decidimos transformá-la em uma música.

Eu acho Y uma faixa muito intensa, tanto na melodia quanto na letra, abordando temas existenciais. Qual vocês acham que é a “verdade ausente” mencionada na música?

JNKYRD Na verdade, estávamos improvisando enquanto criávamos a música. OHHYUK começou a cantar a melodia, e fomos compondo a partir disso. A frase “missing truth” surgiu naturalmente.

KUO KUO Sim, sempre que começamos um demo, vamos cantando palavras aleatórias, e acho que missing truth veio de uma dessas frases soltas enquanto estávamos improvisando.

JNKYRD Mas gostamos do resultado, então mantivemos. E soou muito bem!

KUO KUO Da próxima vez, vamos nos preparar melhor!

MORENA Não, mas é engraçado porque, quando as pessoas ouvem música, elas criam suas próprias interpretações. Aí, quando perguntam para os artistas, eles respondem tipo: “Ah, a gente só gostou do som disso”.

A letra de Do Nothing sugere tirar um tempo para si mesmo, mas também questiona o que realmente significa “não fazer nada”. Qual a visão de vocês sobre isso?

KUO KUO Quando você tenta fazer várias coisas ao mesmo tempo, no fim das contas, acaba não fazendo nada. Eu escrevi essa música quando estava em turnê na China. Naquele período, cada um de nós estava trabalhando em suas próprias demos separadamente. Eu fiz essa música num hotel chamado Hilton, que tinha um zoológico pequeno junto. Então, eu via animais andando aleatoriamente por lá—vi veados, coelhos, guaxinins… Eles basicamente estavam só existindo, sem fazer nada.

MORENA Sim, porque na música você menciona peixes, galinhas… achei isso curioso.

KUO KUO Acho que essa vibe foi bem inspiradora. E, além disso, essa é provavelmente a única faixa de bossa nova no álbum, então ela tem esse clima relaxado e tranquilo.


Quais são os itens indispensáveis que vocês levam para a turnê?

JNKYRD Como esse é um álbum colaborativo e temos muitos integrantes, tentamos garantir que cada um consiga transmitir seu próprio som ao público. Além das faixas de AAA, tivemos que rearranjar todas as outras músicas para encaixar os 10 músicos no palco. Fazemos o possível para entregar o melhor show ao nosso público.

Qual foi o momento mais memorável dessa turnê até agora?

OHHYUK Na verdade, tem muitos! Mas, para mim, sempre são os momentos depois do show, quando saímos juntos. Antes, eram só quatro integrantes no total, mas agora somos pelo menos 10, e isso torna tudo muito mais divertido!

KUO KUO Eu lembro quando terminamos um show na Malásia e tentamos reservar um restaurante para o after party, mas percebemos que era muito difícil encontrar um lugar que comportasse mais de 40 pessoas. No final, achamos um restaurante de comida de rua em um mercado noturno. Quando chegamos lá, descobrimos que vários fãs locais também estavam no mesmo lugar. Eles não sabiam que a gente iria, e a gente também não sabia que eles estariam lá. Foi uma coincidência muito legal! No fim, só bebemos e comemos todos juntos.

Vocês considerariam fazer uma turnê na Europa?

OHHYUK Sim! Na verdade, a gente quer muito fazer um show por lá, mas…

KUO KUO Acho que, por causa da logística, seria bem complicado, já que somos mais de 40 pessoas viajando juntas. Mas estamos pensando que, talvez no futuro, quando Sunset Rollercoaster e Hyukoh estiverem em turnês separadas, possamos nos encontrar em algum lugar da Europa para um show juntos.

MORENA Essa seria uma boa ideia! Eu estava ansiosa para ver Hyukoh ao vivo na Itália em 2020, mas o show foi cancelado por causa da COVID. Então, realmente espero poder ver vocês ao vivo, especialmente juntos!

Há algum gênero musical que vocês gostariam de explorar nos próximos trabalhos?

OHHYUK A gente já conversou sobre um possível AAA Chapter 2 e pensamos em convidar músicos de outros gêneros. Por exemplo, a Yaeji, que é uma DJ de Nova York, foi a um dos nossos shows recentemente, então tivemos algumas ideias assim.

KUO KUO Industrial metal! Acho que no primeiro álbum tivemos muitas músicas tranquilas, então talvez no segundo possamos incluir algumas coisas mais pesadas.

Como os fãs reagiram a essa colaboração e o que vocês esperam que eles levem dessa experiência única?

JNKYRD Acho que já compartilhávamos alguns fãs antes, mas agora eles tiveram a chance de conhecer melhor as duas bandas. Como viemos de países diferentes, muitos dos nossos fãs não conheciam o outro grupo antes desse projeto. Na verdade, alguns amigos meus disseram que conheceram o Sunset Rollercoaster através dessa colaboração, então a recepção foi bem positiva!

Recentemente aconteceu em Seul a exposição Funeral For a Friend. Vocês poderiam explicar o tema dessa exposição e o que ela significa para o Hyukoh?

OHHYUK Eu sempre pensei em fazer um funeral simbólico para marcar os 10 anos do Hyukoh, então achei que esse era o momento certo para isso. Esse projeto, na verdade, começou há uns dois anos e meio, mas acabou demorando um pouco mais do que eu esperava.


JNKYRD, você foi diretor musical no documentário do RM, Right People, Wrong Place, e também esteve no Festival de Cinema de Busan. O OHHYUK também apareceu no documentário. Pode contar mais sobre essa experiência?

JNKYRD Na verdade, o Festival de Cinema de Busan aconteceu durante nossa turnê, então eu fiquei lá só por um dia. Dois dias depois, já estava no Japão. Naquele momento, eu estava muito focado no show do AAA, mas como tive um dia de folga, consegui ir até Busan. Foi uma experiência incrível! O Hyukoh também trabalhou no álbum e apareceu no documentário. Eu nunca tinha dirigido música para um filme antes, então foi bem diferente—difícil, mas divertido ao mesmo tempo.

Alguma mensagem que gostariam de deixar para os fãs?

OHHYUK Obrigado pelo apoio! Quero muito ver vocês na Itália!

KUO KUO O Sunset Rollercoaster nunca foi para a Itália, então acho que seria bem legal se conseguíssemos visitar.

MORENA Sim, tenho certeza de que muita gente adoraria ver vocês lá!

OHHYUK Todo mundo pode ouvir o AAA, e talvez a gente consiga fazer um show por lá.

MORENA Algo mais que gostariam de dizer?

KUO KUO Eu quero dirigir uma Ferrari. Uma vintage, ao pôr do sol em Milão, usando uma jaqueta.

MORENA Vocês conhecem alguma palavra em italiano?

OHHYUK Ciao!

KUO KUO Spaghetti.

OHHYUK Não, não, não: spaghetti aglio olio peperoncino e con burrata.

Alguém dá a cidadania italiana pra ele agora mesmo!


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